VIVA A MULHER PORTUGUESA !
viva Ana Maria Pinto
em toda a parte e frente ao parlamento
a voz que acorda o povo
onde houver uma mulher o que eu sinto
é um país a renascer no pensamento
na hora de acender o fogo
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uma mulher é condenada
a morrer por apedrejamento
pelo crime de adultério
a turba junta as pedras da calçada
alucinados pelo ajuntamento
gritam palavras contra o impropério
o corpo dela encolhido sem apelo
um último olhar de súplica à multidão
os olhos doces de quem ama ser
por um momento o quebra gelo
que rompe da barbárie a solidão
apadrinhada por um sórdido poder
levantam-se vozes no mundo inteiro
porque a mulher é o ser supremo
gera e cria toda a criatura humana
não há ciência nem dinheiro
que altere a dimensão por isso tremo
impotente de travar razão insana
é apenas um corpo só de uma mulher
a alma dela ilesa fixa o mundo
chovem as pedras no corpo que atormenta
nem um grito no seu silêncio de sofrer
os olhos abertos procuram ver ao fundo
quantas das pedras frustração que acorrenta
pego na alma de SAKINEH amortalhada
levanto o estandarte do amor
vou de povo em povo dentro do poema
pelos lugares na Terra onde a mulher humilhada
seja tida como a mãe que resiste à dor
livre do preconceito e da algema
autor: JRG
hoje o dia soube-me a flores silvestres
rosmaninho lirios do monte alecrim
de norte e a sul por caminhos pedestres
mulheres conheci de beleza sem fim
hoje o dia foi longo e cheio de emoções
beijos abraços sorrisos esperança
soltaram-se forças palpitaram corações
mulheres coragem risos de criança
hoje o dia cheirou-me a doces maresias
águas do mar na crista das ondas
gaivotas grasnando sobre horas vazias
mulheres de sonho formas redondas
hoje o dia surgiu como sempre a nascente
mas trazia no bojo o fim da tristeza
bem me parecia que o sol não era indiferente
mulheres que o viram ganharam rijeza
hoje o dia tocou-me no meu ser mais profundo
senti que havia gente de rica fortuna
saboreando sobre a dor que grassa no mundo
vergonhosos direitos de forma oportuna
hoje o dia era de luta contra todas as dores
que mortificam os corpos sem piedade
reunidas as forças os genes os amigos amores
mulheres da magia ousaram ser felicidade
hoje o dia proclamou todas as mulheres
como os seres mais belos de toda a natureza
ouviu-se um grito da dor dentro dos poderes
mulheres sem medo ergueram alto sua fortaleza
autor: JRG
hoje é Domingo
e chove
no átrio do hospital
do lado de fora das urgências
a morte
por entre gritos
inflamados
de quem na vida
perdeu alguém
vestidas de negro
evocam os espíritos
dedos tremem frenéticos
marcam números de telefone
gritam entre si
gesticulam
encomendam a alma
enumeram qualidades
apenas qualidades
gritos pungentes
arrepiantes
de cada vez que chega alguém
do clã
sobem de tom
trazem crianças estremunhadas
sem saberem ao que vêm
desde cedo
aprendizes do ser
clamam contra a impotência
evocam o absurdo dos deuses
traçam a história de vida
atrás da alma
e não acreditam
deitou-se vivo
que aconteceu
incrédulos
punhos fechados
entre os gritos do absurdo
vestidas de negro
lenços levantados
descobrem o rosto na saudade
onde não pairam sorrisos
braços levitando
em redor do corpo
riscam imagens
não lágrimas apenas gritos
há um agitar dos corpos
em volta dos gritos
entoam cânticos
vão se chegando a família
o clã
sinfonia tétrica
que lembra o que a morte é
morreu o meu irmão
morreu
há um vagabundo
do outro lado da morte
ele sabe que ninguém gritará
na sua vez
e absorve
na avidez do momento
escolhendo entre as palavras
as que lhe servem
por antecipação
as crianças brincam
um deles tem uma pistola
de imitação
quase indiferentes
apontada à morte
por entre os gritos
tiros à sorte
que entram e ficam
na memória
há uma palavra chave
ou várias
para recrudescer o clamor
cânticos subtis
palmas enérgicas
quando a dor esmorece
a alma agiganta o corpo
de dentro da memória
a alma
é já uma onda de gente
de onde se destacam os assimilados
vestes modernas
calados
por entre os gritos
que formam uma plataforma
volátil
por onde me movo em surdina
intruso na alma da morte
a viúva sentada
como uma deusa fugaz
que todos veneram
abraçam incitam a lamúria
ante a evidência da perda
havia uma ronda da morte
neste Domingo
e eu tentava desviá-la
na sua voragem
autor: JRG
foto tirada da net
se uma flor na alma me desperta
para olhar e ver sua beleza
desfruto extasiado de tal oferta
saltando a onda da tristeza
fico nela embevecido enquanto dura
momento de plena expectação
Afrodite Helena Julieta ou a loucura
não há forma de acalmar o coração
sorvo as gotas doce mel orvalhadas
que se soltam lentas pegajosas
afago as pétalas maviosas aveludadas
aspiro odores que emanam cores mimosas
há no âmago de tal flor um arco íris
de fantasias assaz maravilhosas
saltito de cor em cor os meus sentires
deleito-me em suas virtudes belas ditosas
se uma flor me afecta em lasciva sedução
se me exalta na alma a mente
deliro e procuro não ser dela uma ilusão
antes a luz que a guia e a pressente
autor: JRG
ouviu por estes dias relatos horripilantes
leu na internet testemunhos da cruel realidade
o poeta que pensava ter do mundo uma visão correcta
com as ditas ajudas solidárias às almas sobreviventes
estarreceu ao conhecer a nudez forte da verdade
e deu um grito de alerta a todo o Planeta
o Haiti é uma mancha macabra da humanidade
uma pérola da miséria humana dos teres e dos haveres
o controlo Americano é a vergonha dum povo em declínio
há povo que come e bebe os restos da promiscuidade
ante a beleza exuberante da paisagem o exercício dos poderes
não há eras de glória quando à volta se espalha morticínio
que se cale dos G-7 oito ou vinte a vil cobiça
que se erga em uníssono a voz possante da multidão
contra o sobre mundo altivo que de falinhas mansas nos cativa
espalharam medos drogas pandemias guerras de carniça
usaram povos numa escravatura moderna de afeição
estão a nu o homem livre já sabe o que os motiva
é o tempo certo de sacudir de vez do verbo haver
toda a pressão da propaganda que nos aglutina o pensamento
convoco os sábios a unirem os pontos mestres da razão
que o homem desesperado ao encontro da resposta diga não ao ter
convoco as mulheres a assumirem a liderança do momento
não há mais tempo não pode morrer mais gente na ilusão
o poeta agita-se na levitação da alma sem parar em seu redor
Haiti Uganda Palestina Brasil Índia África Portugal
e quantos mais paraísos turísticos abissais
em cada país dito civilizado e de primeira instância há um terror
o da insidia perversa que submete a natura ao virtual
já se ouve um clamor são vozes de mulheres são sinais
autor: JRG
foto tirada da net
***
pensar...o pensamento...meditar...o êxtase...
***
são fases do homem sublimado
*****
pensar não é antever o que fazer no imediato
a cada partícula de segundo agir obcecado
oscilar entre o prazer ou ficar parado em bom recato
viver toda a vida como um boneco animado
o pensamento é olhar o corpo através da alma
é ver para dentro de toda a matéria nublada
ultrapassar o vento ir além do cosmos sentir a mão na palma
perscrutar o ser e nele reflectir o movimento vida gorada
meditar é sair do corpo e ser na alma serena exaltação
consolidar o pensamento dar ao tempo o tempo de acontecer
é ir além do saber acumulado o não saber e ser meditação
compor o puzzle sem se deixar da acalmia envelhecer
o êxtase apanha a alma num absoluto de solidão
fixa os motivos e os porquês da existência
como uma branca no consciente do ser em doce exortação
convoca todos os sentidos a assumirem de si a evidência
do acto de pensar chegámos ao humano pensamento
a meditar no tempo aportamos ao profundo êxtase
um homem uma mulher em subtil encantamento
fazem amor no abismo desde o topo até à base
agora quem faz que pensa é a máquina
passamos o tempo na espera ansiosa que ela medite
ela que usufrui do pensamento que a iquina
que nos leva pelo mundo em viagens sem limite
tudo o resto é sonho ou devaneio da alma acomodada
um arrufo de namoro uma alegria de alma sofrida
uma cobiça a teimosia de viver a vida em si fechada
e ir na onda da mediocridade aguerrida
autor: JRG
foto tirada da net
***
se eu fosse poeta escreveria
sobre os teus cabelos doirados
odes de infinita alegria
em versos bem lapidados
ah se eu tivesse a ousadia
de ser aquele que te encanta
subir ao ponto mais alto da tua rebeldia
aceder à tua alma de pureza tanta
diria
olhem lá vai veloz quase correndo
as ancas oscilando na passada
os pé saltitam leves sentem gemendo
de encanto quando pisam as pedras da calçada
ou
és uma mulher formosa esbelta airosa
que seduz a quem te vê o pensamento
não sabem o que vai nela tão viçosa
apenas o que aparenta em andamento
pode ser fêmea expedita em pública exposição
um mau carácter oportunista que acalenta
tornar a vida de alguém numa ilusão
ou vitimar quem ambiciona o que aparenta
mas não
se eu fosse poeta leria
no vento que deixas o perfume
nos teus olhos a alegria
na alma um corpo de virtude
autor: JRG
foto tirada da net
*****
há uma paisagem de mulher dentro de mim
suspensa e envolvente um mito
dá ânimo à minha vida apagada no jardim
suspira quando a suspiro e fito
tem olhos expressivos rutilantes
nos lábios um sorriso permanente
move os pés com a volúpia dos amantes
os seios altivos num apelo urgente
no corpo o perfume que na mistura
exalta a nobreza do desejo
na alma o sonho eterno de frescura
que na mulher se torna em doce beijo
os cabelos são louros pretos castanhos
que ilustram no rosto o penteado
avivam fogos arrepios quentes estranhos
projectam na alma o corpo desnudado
há uma paisagem de mulher dentro e fora
que de forma superior em mim penetra
é uma ternura dúctil que devora
é uma flor do amor que em mim concentra
eu vejo na mulher a poesia
que nasce exuberante em cada imagem
de bruços de costas ou de perfil
é ode sublime que expande a alegria
que se alimenta na alma de forma subtil
mulher meu sonho diáfana miragem
em cada sete estrofes uma sou eu ao vento
à procura de encontrar na poesia o ser
me perco e acho e volto a perder se tento
entrar na alma enigmática de mulher
autor: JRG
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