Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
o meu sonho é ser duma só pátria
onde a alma pura se evidencia
e não o ser da língua povo ou pária
que na dor me e te silencia
o meu sonho é ser de toda alma humana
no Universo total a expressão
que não se esgota na mente insana
é sangue que bombeia o coração
o meu sonho é amar a alma Universal
onde a Pátria da língua gera a violência
e não este silêncio mesquinho ritual
em que mergulha a falsa independência
o meu sonho é erradicar o medo
desde há milénios na alma instalado
o que cala a verdade no segredo
ainda que viva nesta Pátria exilado
o meu sonho é transformar o mundo
catalogado em números adversos
numa só Nação onde o amor profundo
liberta de conceitos complexos
o meu sonho é plantar na alma a esperança
criando raízes profundas intemporais
que floresça em cada sorriso de criança
e resista sem lesões aos vendavais
o meu sonho é ser homem pleno por inteiro
amante de mim e de toda a natureza
apelo ao consciente da minha inconsciência
que me revele o mistério verdadeiro
porquê a alma assume tão tanta beleza
quando se despe e nua mostra a sua essência
jrg
há homens que repudiam e contestam
sua mulher esposa semi-despida
a calcinha surgindo sob o vestido que as formas encurtam
preferem ver em outras pagas à medida
se a mulher deles tivesse a ousadia
de assim despida temperar a desavença
seria tida por puta mulher vadia
fora dos conceitos e lida a sentença
há homens que inibem na esposa a fantasia
intimidam-se se ela ousa tomar a dianteira
mulher deles deve ser pudica e não amásia
ficam sedentos mas não vergam senão ao sonho da rameira
se uma mulher quiser ser de si inteira
assumir do ser toda a vontade
olham de lado machucam nela a verdadeira
e vão pagar a outra a liberdade
Ergue-te oh deusa absoluta da criação
não é tão frágil a flor exposta à tempestade
mais forte que viver em eterna submissão
é ser livre de escolher amar amor com amizade
autor: JRG
Caiu a máscara que restava ao senhor da Madeira. E não se pense que tal se deve a uma consistente afirmação por outros valores, mais soltos na defesa dos interesses reais da região, como seja a difusão da cultura, a progressão do ensino, a evidência como povo que pensa e decide pela sua própria cabeça, não! Como disse um sábio estratega politico do século XX, Mao Tsé Tung, "uma faúlha pode incendiar a pradaria", assim, um movimento de opinião, intimamente minoritário, entre a população regional, usando uma estratégia de gota a gota, de incómodo persistente pela sombra, o gesto mudo, a fixação na realidade oculta, fez extravasar o pouco de decoro face à violência efectiva que vinha caracterizando o discurso e a postura do senhor presidente da Madeira.
Ninguém é insensível ao riso que provoca um balão, um dirigível, sobre as cabeças concentradas na figura e no discurso do senhor presidente da Madeira.
Ninguém é insensível à presença dum carro funerário, ao redor dos fiéis que de uma qualquer forma, não sei qual, que magia, que feitiço, se juntam para prestar vassalagem ao senhor presidente da Madeira.
Ninguém é insensível ao movimento de pessoas com objectivas na mão, que lhe fixam a imagem, o ódio a transparecer nas bochechas coradas, vá lá saber-se de quê, o sangue da ira?!...O medo da descoberta, da nudez dos princípios, da falácia das palavras ante a evidência de uma realidade cada vez mais loquaz.
E é então que, imponente na sua arrogância de mandador sem lei, ferido na sua impotência ante a minoria silenciosa que ousa afrontá-lo no seu próprio reino, o senhor presidente da Madeira, inchado como um sapo prestes a explodir, incita a populaça, já que as policias não podem fazer nada, porque são a lei do Continente, já que Deus o abandonou nesta Santa Cruzada pelo bem estar do bom povo da Madeira, é hora de o povo agir, de fazer justiça pelas próprias mãos!...
E o inevitável aconteceu, ou ia acontecendo, mas fica a previsão de que pode acontecer numa ocasião mais favorável...
Perante os incidentes que vieram nas noticias destes últimos dias, na região autónoma da Madeira e protagonizadas pelo seu Presidente, seria de esperar uma atitude do Senhor Presidente da República, repudiando as atitudes de incitamento à violência das populações, é anticonstitucional, na linha das suas preocupações com a segurança das instituições, mas o senhor presidente da República, "aos costumes disse nada" e segue a novela até que seja o tempo de deitar contas à vida.
Saúdo a coragem, a ousadia, o humor saudável, o atrevimento de afrontar a asfixia da Madeira, do Movimento da Nova Democracia, cujos princípios ideológicos não defendo, mas que considero um marco importante no despertar do povo da Madeira para a vergonha que é ser conotado com tal espécie de pessoas na orientação dos seus destinos.
autor: JRG
23 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.