DA JANELA...A PENUMBRA...
I
na penumbra da sala
os teus olhos quase negros
doce espera ânsias entre suspiros
de silêncios as mãos as tuas
os seios os bicos flores mimosos
e eu suspenso no parapeito
a entender-te há quanto tempo
na sensualidade das mãos
as tuas que me procuram
um gesto... vem... que medos
o teu corpo e salto
tacteio o silêncio o teu suspiro
o cheiro...de dentro da alma
inundas-me-te na aragem
regredir a um tempo sem espera
quando o sangue afluia
os teus lábios a pele macia
ainda o toque não aconteceu
uma nesga de luz o luar
o teu sexo rubro
sobressaindo do tufo de pelos
o meu corpo nu ante o teu
sem que o tivesse despido ou despi
as mãos leves sobre a pele quente
os teus olhos que me procuram
e acham num instante dos meus
toco-te a sentir-te dentro de mim
do lado de fora da janela
quero dizer um nome uma palavra
romper o silêncio gritante que me impele
aceitas que as mãos te percorram
suspiras quando te toco o sexo húmido
enrosco-me no teu odor
sigo os teus gestos o meu corpo
deslizando sobre o teu tu
a tua boca os lábios a língua
frutos vermelhos que me tomam lascivos
colados os corpos entrelaçados os sexos
quebrado o silêncio que a janela escondia
afãs de entrada e saída apertos
fechados os olhos a sentirmo-nos
no deleite da alma teus ais ser-te
reviras-me sentada sobre o meu corpo
ambas as mãos as minnhas sobre os seios
entras-me entranhas-me chama ardente
como amazona cavalga seu potro
esporeias-me de dentro do teu fogo
elevas-te elevas-me numa paragem do tempo
meu amor é agora que tudo começou...
autor:JRG