O DESENCONTRO
foto tirada da net
estranho era eu sentir real que tu não vinhas
E mesmo assim continuar a ir ao teu encontro
Esperar entre as flores sob o voo das avezinhas
Sonhar o teu perfume doce brisa no meu ombro
Ouvi a tua voz suave e quente que me arrepiou
Dentro da emoção do doce som
Dizer-me houve um contratempo amor não vou
Quando ver-te sentir-te seria bom
Talvez mais tarde esperas? E eu ansioso esperei
Até que o sol no ocaso laranja arrefeceu
Os pássaros recolhiam às copas onde me acoitei
Na vã esperança de te ver anoiteceu
Vieste um dia no silêncio pasmado do meu ser
Falamos docemente horas sem conta
Interpretaste mal o que eu disse ao escrever
E lançaste uma ideia corpo ou alma tanto monta
Depois partiste meses ausente
Fiquei triste sem saber se amaria o teu odor
ou até se eras alguém que ama e sente
Esqueci se te beijei e dos teus lábios o sabor
E eis que surges do vazio tão de repente
Marcar lugar e hora ao meu encontro decidida
Aceitei de novo eufórico a chama quente
Sem tempo de pensar que podia ser a despedida
Fui louco absurdo enredo este o da loucura
Eras um sonho virtual e não mulher
Depois de me envolveres tenso na ternura
Deixaste a minha alma nua arrefecer
Do desencontro nasceu crescente a ousadia
De pensar que fui em ti um marinheiro
Em cuja barca por mistério ou arte a poesia
Naufragou e trouxe à tona amor inteiro
Autor JRG