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REFORMAS...REFORMADOS...DO DIREITO À SUBSERVIÊNCIA!...
Ninguém podia imaginar, há cinquenta anos, que os descontos para a Previdência, que consubstanciavam, também, uma precaução para depois do limite da idade , vulgo reforma, descontos, na sua totalidade, retirados da mais valia do trabalho gerado pelo trabalhador e que, entre outras manigâncias financeiras, sustentou, significativamente, a guerra colonial, fosse posto em causa por uma geração visivelmente cansada de aturar o envelhecimento natural da espécie humana...
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Hoje, com a nova engenharia de cálculos para atribuição de reforma, com o congelamento permanente da progressão dos valores pecuniários, face ao aumento do custo de vida, com o confisco, em forma de taxa extraordinária, de parte do 13º mês, com o previsível corte
nos valores das pensões, com os aumentos de transportes, electricidade, gás e outros bens essenciais de consumo, com a febre de reduzir despesas sociais até ao limite do absurdo, na saúde, na educação, na solidariedade social, as mentalidades mudaram...
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hoje, as reformas são consideradas um peso excessivo "colossal" para o orçamento do estado...
hoje, os reformados sentem-se uns Párias que vivem à custa do erário público...
hoje, não faz mais sentido cuidar da saúde dos chamados idosos, porque tal prolonga a idade "insustentável" da reforma...
hoje, talvez as "mentes brilhantes" já pensem na instituição de um tecto limite de idade, a partir do qual, cessa a prestação da reforma...
hoje, o conhecimento adquirido é tido como escória, cuja mistura, pode conspurcar o ideal duma sociedade de "elites"...
hoje, há já quem pense na inutilidade da sua contribuição para a solidariedade do sistema, porque se antevê a extinção ou mutação pré-conceitual do conceito de direitos adquiridos, quando chegar a sua idade de os poder usufruir...
hoje, estamos no limiar da mudança para uma idade retrógrada, onde os mais capazes vingam sobre os despojos dos mais humildes...
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Hoje, exorto ao espírito solidário que caracteriza a espécie humana...à "reinvenção" do amor sobre os seus diversos aspectos...ao entrelaçar das mãos e das vontades para resistir à voragem deste ciclo intermédio, desesperado, que se interpõe nas correntes de ar da efectiva mudança, da velha para a nova humanidade...vai dar-se um salto gigantesco...e nós, os descatologados do sistema, somos a diferença que faz a ligação positiva...sem nós...a humanidade seria um deserto polvilhado de idiotas mimicos...
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autor: jrg
A tábua Dilúvio da Epopeia de Gilgamesh em acadiano, por volta do segundo milênio a.C.
foto tirda da net
A POESIA - I
todos os anos no hemisfério norte
precisamente aos vinte e um deste mês de Março
se comemora e traça da poesia a sorte
entre cada Primavera e o sentimento esparso
todos os anos fazem atenta reflexão
poetisas e poetas de várias correntes estéticas
abrem a alma ateiam fogos na emoção
liricos dramáticos puros d'expressões ecléticas
todos os anos nasce tão Primaveril
em pétalas de esperança carregadas de amor
a poesia que sente da alma juvenil
o encanto que emana da natureza em flor
todos os anos é um acontecimento
adejando sobre o conflito humano permanente
que fortalece no amor o sentimento
da poesia ser na alma a alma de quem a sente
todos os anos de amor e dor amigada
desassossega a poesia nossa intemporalidade
seja qual for a língua por ela falada
no elemento que consubstancia a amizade
todos os anos fértil como a Primavera
renasce da argila do papiro da memória oral
desde há milénios é linguagem que tolera
toda a diferença humana que a torna imortal
todos os anos tão bela dúctil feminina
precisamente aos vinte e um deste mês de Março
a alma da poesia sorri por ser menina
na luz que brilha de ti em mim que não disfarço
jrg
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o dia amanheceu primaveril
depois de prolongada troca de mensagens
a actividade humana foi paralisada
ruas desertas lojas fechadas era Abril
nem sinal de gente nas paragens
os povos cansaram pela madrugada
lindo de ver os tão afoitos agiotas
à míngua de iguarias já famintos
desesperados de ter tanto e não ser
exibindo sem pudor nem resposta suas notas
suplicando comer e vinhos brancos tintos
tão frágeis sem abrigo antes de morrer
não se pagam as contas de gás e electricidade
nem as rendas arbitrárias da habitação
a água corre livre nas torneiras ruas e quintais
instituído o caos à revelia da autoridade
a memória colectiva a funcionar como razão
por entre gritos de vivas de nunca mais
por todo o planeta ocorre a agitação
saídos do cerco económico e financeiro
do trabalho sem glória do estudo sem emprego
os povos assumem de viver outra dimensão
extinguem o conceito em cada palavra ligeiro
que os condenava ao desassossego
exigem uma língua única uma só moeda
que o mundo global seja reduzido a uma só nação
que todo o ser humano tenha iguais deveres e direitos
que se salvaguarde da natureza a queda
que se distribuam os excedentes sem interrogação
que todos os seres sintam na vida seus proveitos
que seja estimulado sem segredos o conhecimento
que cesse a propaganda do marketing e da religião
que o mais forte não oprima o fraco sem recursos
que a sabedoria impere sobre o fingimento
que não se fabriquem bens impróprios por sofreguidão
que sejam extintos os privilégios fixos e os avulsos
que se extingam as armas e todos os exércitos
que a ciência não promulgue a indulgência na absolvição
que sejam repostas as leis usurpadas à natureza
que às espécies diferentes se reconheçam seus créditos
que seja assegurado o direito à liberdade de expressão
que cesse sobre a mulher a violência psicológica da tristeza
autor: jrg
foto tirada da net
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não me preocupa tanto
que crianças não satisfaçam fantasias
na data induzida por encanto
pelos média e poderes sem demasias
o que me preocupa e agonia
é que o sonho a fantasia desapareçam
do pensamento sendo mais valia
e crianças de fome e medo desfaleçam
não atormenta a minha dor
a data festiva de Natal convencionada
a orgia das dádivas do amor
sobre a hipocrisia de ser tudo ou nada
o que me desespera e inquieta
é ante a injustiça sentir a impotência
que leva o sonho da alma do poeta
e que adormece a humana consciência
não me fere nem incomoda
que me desejem felicidade pelo Natal
me perdoem a violência toda
que meu erro de julgar seja mortal
o que a alma me desassossega
é sentir que ordenaram nossas vidas
em nome do conceito que sonega
a liberdade de viver em plenas dúvidas
quero para todo o mundo farra imensa
comam bebam encham a pança
partilhem presentes esqueçam a sentença
que paira impunemente sobre a esperança
quero dizer que amor não tem data marcada
nem é único na humana virtude
todo o animal ama por instinto à descarada
só o homem degenera na atitude
não há credo nem religião ou seita que subsista
quando os códigos secretos se decifram
pela sabedoria do conhecimento inda que insista
a metáfora dos poderes que nos esmifram
quero saudar ateus cristãos judeus e islamitas
e todos os ramos da espiritualidade
dos mais humildes seres aos arrogantes e eremitas
não há amor maior que o da saudade
autor jrg
se na proporção de amigos cento e dez
apenas um só se evidencia
eu sou de mil e cem justa prudência
de quem por amizade tudo fez
*
se de cada mil e cem dez se mostrarem
neste caminhar da vida insano
serei de entre todo o ser humano
a esperança dos que em mim ficarem
*
sou mão estendida para levantar
nasci de uma mulher sou filho do mar
a alma cheia de palavras substantivas
-
se alguém me disser que somos vencidos
eu e mais dez dos meus amigos destemidos
digo não à morte e às medidas evasivas
jrg
a lua é um fio dourado em foice crescente
a noite fria no silêncio da cidade
falamos de amor no jardim da alma transparente
trocamos beijos carícias sensualidade
em cada noite atraídas pelo luar
as palavras se libertam dos ancestrais conceitos
escorrem pelos corpos docemente devagar
deleitam-se e entram persistentes em nossos peitos
já não se ouvem grilos nem o cantar das cigarras
por sorte ainda cintilam no céu estrelas
damos as mãos sorrimos quando me olhas ou agarras
desembrulhamos segredos ocultos nas almas belas
lembro de ouvir dizer aos cientistas
que a máquina viria devastadora substituir o homem
gerando abastança e desgraças nas conquistas
dum lugar seguro entre blocos de cimento e a desordem
lembro que a ideia era dar tempo à vida se realizar
reduzir o esforço e a carga do horário
enriquecer o homem no lazer em sabedoria e em pensar
não era atormenta-lo com encargo e sem emprego triste binário
entre o tempo de pensar e o deleite de amar
a lua percorre a sua rota envolta de magia
sorri e tem olhos que entram na alma para a encantar
tem um halo de mistérios que nos provoca e inebria
porque viemos que tempo é este que nos espera
enlaçamos os corpos na ansiedade da procura
sabemos que o homem deixou de pensar que desespera
que entregou à máquina esse esforço sem alma nem ternura
autor: JRG
foto tirada da net
Que viva eterno no belo jardim seu presidente
Ele conseguiu ter contra si toda a Nação
Apesar de não haver mais quem o aguente
Ele virou de truão a boa gente para a enfatuada oposição
Numa ilha onde grassa o endividamento
É moda pagar tarde ou nunca a quem fornece se é do Continente
Não sendo de estranhar o patriarcal sentimento
Com que acolhem a prepotência insigne do seu presidente
Estranho é ver a unicidade de grupos políticos diletantes
No aprovar da lei que gerou toda a discórdia
São só migalhas dizem rebarbativos concordantes
Fazem pensar que são parte do presidente nesta mixórdia
Por artes de magia ou por ingenuidade Continental
O rendimento per capita é maior no pedinte que no dador
Ou porque a medida é feita de comum e desigual
Ou é na área do presidente que a capitalização do lucro inclina a seu favor
Como disse a seu tempo um controverso estadista oriental
“Uma faúlha pode incendiar toda a pradaria”
Assim esta lei das finanças regionais é um pretexto ocasional
Para evidenciar a singularidade da nossa mediania
Em torno de jardim o truão presidente
Mal-educado insolente homem de mão da manigância
Se alguém ceder que se demita o povo não se revê em quem lhe ferra o dente
Autor. JRG
ouviu por estes dias relatos horripilantes
leu na internet testemunhos da cruel realidade
o poeta que pensava ter do mundo uma visão correcta
com as ditas ajudas solidárias às almas sobreviventes
estarreceu ao conhecer a nudez forte da verdade
e deu um grito de alerta a todo o Planeta
o Haiti é uma mancha macabra da humanidade
uma pérola da miséria humana dos teres e dos haveres
o controlo Americano é a vergonha dum povo em declínio
há povo que come e bebe os restos da promiscuidade
ante a beleza exuberante da paisagem o exercício dos poderes
não há eras de glória quando à volta se espalha morticínio
que se cale dos G-7 oito ou vinte a vil cobiça
que se erga em uníssono a voz possante da multidão
contra o sobre mundo altivo que de falinhas mansas nos cativa
espalharam medos drogas pandemias guerras de carniça
usaram povos numa escravatura moderna de afeição
estão a nu o homem livre já sabe o que os motiva
é o tempo certo de sacudir de vez do verbo haver
toda a pressão da propaganda que nos aglutina o pensamento
convoco os sábios a unirem os pontos mestres da razão
que o homem desesperado ao encontro da resposta diga não ao ter
convoco as mulheres a assumirem a liderança do momento
não há mais tempo não pode morrer mais gente na ilusão
o poeta agita-se na levitação da alma sem parar em seu redor
Haiti Uganda Palestina Brasil Índia África Portugal
e quantos mais paraísos turísticos abissais
em cada país dito civilizado e de primeira instância há um terror
o da insidia perversa que submete a natura ao virtual
já se ouve um clamor são vozes de mulheres são sinais
autor: JRG
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