BANALIDADES !...
já não vejo ao sol roupa estendida
a corar sobre os arbustos do juncal
o cheiro a lixívia quando encardida
para que o branco volte ao natural
nem o arco íris mágico fascinante
se a chuva invade o sol Primaveril
na inocente fantasia tão intrigante
nos olhos duma criança de ar febril
tão pouco almejo emoção e euforia
no tocar dos lábios o primeiro beijo
o romantismo virou banal sem poesia
passou a mera rotina ser e ter desejo
já não vejo a cortesia ou gentileza
o sonho que alimenta a alma pura
na construção do ser sendo nobreza
livres na dependência da ternura
sequer vislumbro alma ou dimensão
no atingir maduro da maior idade
aquém da alma humana a projecção
que o homem sonhou ser realidade
por mais que expanda o pensamento
só um sinal de esperança me seduz
a alma feminina que gera movimento
à volta do segredo que traz a nova luz
já não vejo e queria tanto ainda ver
a descoberta do homem inter galaxial
que nos condenou à evolução do ser
a partir dum acontecimento original
autor: jrg