NASCER E MORRER...
Todo o artista em sua verdade mente
quando sugere o que de sua arte se interpreta
assim as palavras que a alma diz que sente
nos versos multicoloridos do poeta
a ilusão que se cria em tom de esperança
amanhã é outro dia o sol a Primavera
insidiosa a estropia da racional temperança
que faz o homem almejar a nova era
podia dizer-vos que é tudo falso
não há uma razão mítica para a existência
só mudou a forma a forca o cadafalso
porque a tortura persiste uma evidência
nascemos nem sempre gerados com amor
dum simples acto de lasciva fornicação
criados com ou sem desvelo e dor
vivemos num frenesim complexo de ilusão
matamos odiamos por fúteis ninharias
acreditamos em deuses feitos da mesma maneira
elegemos conceitos falsos mitologias
e morremos senão antes de velhos à lareira
a cada novo ano explode a nova esperança
jogamos a vida nas orgias da sorte
sabendo sem saber que toda a abastança
não evita cedo ou tarde a nossa morte
olho a chuva que cai na terra enlameada
por magia faz brotar flores entre ervas daninhas
fornica a terra com amor e dela apaixonada
assim o homem insano se eterniza nas alminhas
autor: JRG