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NEOABJECCIONISMO

O abjeccionismo baseia-se na resposta de cada um à pergunta: QUE PODE FAZER UM HOMEM DESESPERADO QUANDO O AR É UM VÓMITO E NÓS SERES ABJECTOS?- Pedro Oom .-As palavras são meras formalidades... O NEOABJECCIONISMO, n

NEOABJECCIONISMO

O abjeccionismo baseia-se na resposta de cada um à pergunta: QUE PODE FAZER UM HOMEM DESESPERADO QUANDO O AR É UM VÓMITO E NÓS SERES ABJECTOS?- Pedro Oom .-As palavras são meras formalidades... O NEOABJECCIONISMO, n

23
Jan12

ESPECTRAL...

NEOABJECCIONISMO
foto: stressadinha.blogs.sapo.pt
***
ESPECTRAL...
*
um tronco nu despido
de árvore madura talvez centenária
silhueta fixa e escura
num estático indolente bramido
expectação sumária
envolto em neblina alva e pura
na friagem amanhecido
*
dum lado a morgue
d'outro maternidade hospitalar
a meio pessoas urgentes
quem ingenuamente a santos rogue
sorrisos para nados a chorar
angústias dor alegria permanentes
por um remédio que as drogue
*
erva nasce livre no valado
uma brisa leve os ramos velhos agita
caem folhas mortas resistem
solitário o poeta pensa encimesmado
a vertente humana que habita
há milénios que saber e dúvida coexistem
na penumbra do tempo empolgado
*
quando o corpo mal padece
a alma enfrenta acobardada o existir
imersa no medo de morrer
porquê se a morte é um valor que enriquece
o sistema da memória o porvir
humanismo que tarda em nosso alvorecer
na gélida manhã que me aquece
*
esvoaçam aves orvalhadas
um melro parou no asfalto estranhamente
o vagabundo acorda na sala de espera
espreita o dia cinzento e solta gargalhadas
sorve fumo do cigarro avidamente
e gazes das ambulâncias que o ar tempera
loucas agonias faces descarnadas
*
passamos a vida a correr
porque temos compromisso com alguém
incrédulos das leis que recusam
a soberba o desprezo pelo outro o exceder
da indiferença pela mátria mãe
orgulho desviante verdades que abusam
do senso bom ou mau para vencer
*
como um espectro medonho
galhos expectantes captam partículas
aspiram o húmus da terra
escondidos em nevoeiro baço tristonho
absorvem excêntricas gotículas
que planejam florescer numa nova era
onde o todo seja mais risonho
***
autor: jrg 
(pária...apátrida...cidadão da MÁTRIA em construção...)
22
Jan12

Ó DA GUARDA...AGARRA QUE É LADRÃO...

NEOABJECCIONISMO
foto pública tirada da net
valmirjuntocomvocê.blogspot.com
*
Ó DA GUARDA...
AGARRA QUE É LADRÃO ...

***
socorro ó senhor guarda
que estou a ser roubado
por um ladrão sem farda
que me acha deserdado
*
socorro que me roubaram
à má fé por lei coberto
o roubo que perpetraram
é digno dum tipo esperto
*
socorro ó senhor polícia
prenda-me esse ladrão
sem respeito pela fidúcia
que me merecia a Nação
*
socorro que me sacaram
a rirem de mim sarcásticos
feito lixo me atiraram
aos medos mais mediáticos
*
socorro ó senhor soldado
defenda-me deste atropelo
dum ladrão acobardado
não custa nada vencê-lo
*
socorro que me traíram
o que paguei era a prazo
quero o que me subtraíram
chamo à ordem quem deu azo
*
socorro ó meritíssimo juiz
apelo à sua douta sentença
a lei é clara e bem que diz
condena roubo em presença
*
socorro que formam quadrilha
de associação criminosa
se um mima logo outro pilha
todos em gestão danosa
*
socorro ó gente do tribunal
não podem votar a rapina
se saque é inconstitucional
mudem minha triste sina
*
socorro mulheres de Portugal
armem filhos cavaleiros
de palavras corajosos e burnal
corram com os filibusteiros
*
socorro ó senhores do mundo
é falso o dinheiro roubado
tem manchas de sangue profundo
não pode por lei ser trocado

autor: jrg 
(pária...apátrida...cidadão da MÁTRIA em construção...)
21
Jan12

INTENSIDADE...

NEOABJECCIONISMO
foto de carlos ribeiradn.wordpress.com
*
INTENSIDADE
*
em cada despertar
cada eu de mim meu banho
as mãos pelo corpo
o sexo amolecido a boiar
nariz húmido ranho
eu ainda um sonho ou morto
a me e te ressuscitar
*
abro o chuveiro 
sinto a água ficar tépida
voluptuosa
a percorrer-me quase inteiro
adormece-me rápida
inebriante o teu perfume rosa
meu sonho ordeiro
*
seco a alma nua
vestir uma roupa de quê
tom textura cor
vestir-me de ti ainda crua
boca olhos sexo ponto Gê
fecundo de amor
sol noite madrugada lua
*
raspar os pelos
a olhar-me do lado de fora
nos meus lábios 
isentos rodeados de espuma
os teus beijos selos
nas memórias de ti agora
os sorrisos  sábios
a volúpia do toque que se esfuma
*
que fica a pairar
bem dentro onde te aninhas
e onde me revejo
artista louco rema remar
entre palavras minhas
no silêncio paz do teu beijo
meu odor salivar
*
assim todos os dias
é tempo de chegar e de partir
na azáfama de viver
abjectos entre risos alegrias
recalque de sonhos a ruir
e a esperança teima em alvorecer
em cada banho fantasias
*
no espelho ainda eu
recortado espectro nele saliente
quem se importa
senão tu meu inviolável véu
coberta transparente
mundo colorido em minha rota
suspensão cósmica no céu
*
autor: jrg
14
Jan12

REVOLUÇÃO...

NEOABJECCIONISMO
imagem pública tirada da net
*
REVOLUÇÃO
***
vem mulher
nem deusa
nem salvadora
apenas mulher
inteira
com teu ventre
de luz
tua alma justiceira
teus olhos
de ternura
teus lábios
sorrindo sobre a dor
tua força de viver
*
vem
são tantos
quem já te espera
antes que venha a ruína
a carência de tudo
de amor
de ternura
de saudade
onde a natureza definha
à falta
de atitude
dum mundo louco
canalha
*
vem mulher
revolve a alma
a minha 
a deles humana
fertiliza 
com amor
fraternidade
esperança
planta sonhos
desejos
saberes correcções
paz
entendimento
*
vem
pela alegria
dos teus filhos
desde há milénios
emparedados
em sistemas
convexos
de conceitos baraços
alegorias
fantasias de sucessos
de uns contra os outros
invejas
raivas ódios
*
vem mulher
explode e vinca
a tua natureza
desce pelas vertentes
lodosas
abjectas
do humano terror
em que o homem 
pomposamente viril
transformou
a vida e a morte
na seiva que abala
o planeta
*
Vem
há um hiato no tempo
em que o tudo se passa
e o nada
nas palavras e nos actos
que se insinuam
se cristalizam
se consubstanciam
tragicamente
absorvendo o que construímos
de dignidade
de humanismo
de entendimento cósmico
*
vem mulher
sou do teu ser amante
em consciência
na nossa absoluta paridade
porque plantamos flores
entre gestos de ternura
porque somos o pão e a água
o fogo o ar que se respira
porque não temos a ver com a mudança vil
que na vontade humana se definha
vem e ilumina
na troca irreversível dos mandatos
com teus segredos a nova via
*
autor: jrg
13
Jan12

A MORTE DO FILIBUSTEIRO !...

NEOABJECCIONISMO

imagem pública tirada da net

A MORTE DO FILIBUSTEIRO...
***


era um homem triste
não foi amado nem amou
na casa grande enclausurado
no silêncio tilintante que persiste
sonhando por onde em tempos andou
usurário financeiro petulante e reformado
recolhido na melancólica solidão que lhe resiste

*

era homem solitário
nem amigos nem mulher alguma
filhos netos afilhados
era frio irascível de tão primário
onde a memória se esfuma
refém dos vãos poderes acumulados
alma escura d'avidez sectário

*

era um homem cómico
às vezes gritos de crianças
absurdas fantasias enganosas
sente vontade de sorrir um vómito
um arrepio patético vagas lembranças
num retorno a idades difusas mais viçosas
quando a brincar no meio do medo se via aflito

*

era homem de livros não lidos
telas peças artísticas para especulação
na casa tão imensa enjaulado
à mercê dos efeitos nos genes desvalidos
sem um gesto de amor ou emoção
académico de sangue neutro e iletrado

*

era o homem mundano
morre de tédio mal parado
à beira dum abismo monetário
insensível d'amor dejecto humano
no seio de tanta riqueza amortalhado
dizem na lápide que ali jaz o bom sicário
que um dia sufragou a morte ao povo insano

*

tinha olheiras profundas
mãos finas com minúcia tão delicadas
usava a mímica tragicómica
orador exímio de tantas palavras fecundas
mas de interpretações maradas
era um homem de alma triste eurofóbica
atestado em ideias imundas

*

morreu de desumanidade
trespassado dor agudizante
por um AVC e enfarte financeiro
sem tempo p'ra salvar a vacuidade
do tesoiro que fora sempre seu amante
morreu sem ter amado a si amor primeiro
não será lembrado por ninguém com saudade

autor: jrg

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