EM MEMÓRIA...FERNANDO PESSOA...

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SENSIBILIDADES...
AS MÃOS..
*
Ela
os teus dedos
tocam meus lábios
os olhos
escorrem das faces
o pescoço
a nuca dedos
leves macios
Ele
consigo sentir-te
verdadeira
estremecer a cada toque
odorífera
sorrisos suspiros
que os teus olhos respiram
brilhantes
Ela
despertas ânsias doces
em mim ardente
quando os teus olhos
nos meus
como se quisessem
absorver-me
inteira
Ele
porque te sinto
de dentro
as tuas mãos trémulas
te entregando
subtil carícia poros
grito de silêncio
a tornear-me o corpo
Ela
nos meus seios
ainda os teus dedos
profundo delírio
a encontrarem-me
na derradeira dimensão
de ser mulher
quase tão absoluta
Ele
porque te tomo
momento de fascínio
corrente de absurda energia
algo maior suave
a saber de ti
a levar-te noticias
de partículas
Ela
como sabes de tudo eu
do que gosto
a contenção do desejo
apenas as mãos
os dedos sobre a pele
livres confiantes
arrepiados de prazer eu
Ele
há a ternura
no fundo dos teus olhos
os teus lábios
ao de leve nos meus
resisto húmidos
nervosos apalpando caminhos
exalando odores
Ela
não me perguntes se gosto
sabê-lo-emos sei
porque não há mentiras de verdade
deixo-me sentir
deixo-te sentires-me
a sentir-te
no meu absoluto
autor: jrg
*
Assim como a mulher tantas vezes cala a violência física e psicológica que a vitimiza da sua dignidade, face à indiferença da justiça que condena o agressor à proibição de se aproximar da vitima..., como se fosse racionalmente possível proibir o lobo de se aproximar do
cordeiro, também a abstenção nos diversos actos eleitorais, é a forma silenciosa de protestar um sistema que, de mudança em mudança, de crise em crise, se afunda e se aproxima da falência sistémica de que se consubstancia...dentro do conceito Patriarcal das sociedades
humanas...
*
A situação social que se vive hoje em Portugal é ultrajante e deriva dos preconceitos globais quanto à forma do ser...sendo que o ser se desenvolve em consonância com o aspecto envolvente com que se cruza...limitá-lo...circunscrevê-lo em asfixiantes conceitos, é uma forma de desumanizar a espécie...condenando-a à extinção...
*
Os conceitos e os pré-conceitos, têm o valor que a oportunidade lhes confere...na lei são litigados em nome de novos valores que se citam no momento e da estabilidade política e social das Nações...alteram-se segundo a conveniência da interpretação...ao ponto de hoje termos em Portugal um presidente da república , eleito por menos de metade da população...um governo eleito por menos de metade da população...uma assembleia legislativa eleita por menos de metade da população...desconsiderando-se aqueles que se abstiveram, por descrença no sistema mas que não têm uma alternativa credível que possam sufragar...ao mesmo tempo que se aplaude os que se abstêm de votar contra, na farsa de votar os instrumentos de tortura orçamental, dignos do esclavagismo...
*
É porque penso na inevitabilidade duma nova forma de humanismo...onde a mulher...ou MÁTRIA assuma a sua inteireza humana, num sistema geneticamente justo de matriarcado que vos proponho a reflexão profunda da humanidade, desde as suas mais remotas origens conhecidas....A MÁTRIA é uma revolução das mentalidades...é o passo seguinte a esta complacência masculina de igualdade de género, na generalidade...mas sob domínio Patriarcal na sua singularidade...
*
O passo seguinte é a abolição total do conceito masculino da história...preparar, discutindo, uma constituição que reconheça a alma humana no seu todo, como parte da administração da humanidade...uma constituição que contemple na sua essência, a dimensão feminina no seu todo, porque só a mulher gera e cria toda a criatura...uma constituição saída da discussão pública e não confeccionada no recato dos gabinetes...uma constituição onde homens e mulheres sejam uma só alma em defesa dos direitos humanos fundamentais e no respeito pelos valores da natureza inter-planetária...
*
autor: jrg
imagem pública tirada da net
*
INFÂNCIA
*
cresci
entre a avidez do mar
e a terra solidária
a terra
úbere promíscua dádiva
de humana paridade
o mar
esparso provocador da inveja
no movimento da maré
os rudes
elementos que no fogo da alma
contrariam raciocínios
vivi
num absurdo de aprender
a ignorância prendada
achei
numa nesga de tempo a vagar
a memória do homem
amo
o sonho em versão acordada
quando o cérebro da alma se afoita
eis-me
em pleno desespero à procura
dum sentido para ser indiferente
grito
à insensatez que me ultraja
me esventra as entranhas e as rasga
alento
num ser mulher a Mátria esperança
numa menina a acontecer
autor: jrg
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