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imagem pública tirada da net
A POESIA
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a poesia desce à rua disfarçada
vestida de transparências
a ver se via poetas musas e poemas
achou uma menina perturbada
que soletrava nas palavras reticências
munida de complexos teoremas
ah se estes olhos são os teus
de azul esperança
de pensamentos profunda
quanta alma os meus
vêm na alma tua de criança
o amor que n'ela abunda
a poesia espreita em cada esquina
semi nua adolescente
a ver se via uma expressão de alegria
achou um menino traquina
que a correr lhe chamou musa ausente
deixando ao poeta a fantasia
ah se esse sorriso é o teu
é porque já nada em mim faz sentido
e os poetas calaram ou é segredo
que a noite mais bela brilha no breu
do teu sonho amanhecido
amedrontado por não teres o medo
a poesia observa a nitidez
dum corpo de mulher na alma recortado
vestida de pétalas enrubescidas
a ver se via nalgum poeta a sensatez
de mudar no tempo perturbado
o rumo a esmo d'almas empobrecidas
ah se esse sentir é o teu
no interior do ventre o meu futuro
quanto da alma ainda sente
na memória do tempo que não prescreveu
o mesmo trilho agreste e duro
o sabor a sangue de tanta imensa gente
a poesia sobe o pensamento
a ver se via a alvorada da mudança
mas a noite é ainda pesadelo
só as crianças sonham em movimento
porque são o sonho da esperança
que resiste a ser servida em tal modelo
ah se essa alma é a tua
mãe avó mulher inteira do belo amante
de cada clímax uma aventura
eterna juventude sem medo que não pactua
com a prepotência do gigante
que afronta o teu poder de bela e pura
a poesia desce à rua vestida de saudade
a ver se via milenar a transparência
por ser a mãe do homem da paz e do amor
onde toda a natureza é validade
por mais que fuja à humana consciência
a causa efeito que provoca a dor
autor:jrg
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SALVADORES DA PÁTRIA
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é um vómito
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O que nos trouxe a este limiar de mendicidade, além dum conjunto ancestral de aventuras que alimentaram o sonho de sermos gente, foi, num passado recente, a vergonhosa campanha contra um homem só (José Sócrates) que resistiu à calúnia e à insidia personalizada, enquanto não lhe puxaram o tapete...que apesar da pressão do terrorismo financeiro internacional, defendeu, até ao impossível, a ideia de humanismo que marca o seu pensamento...a ganância de poder, para poderem implementar as medidas abjectas que se preparam para nos aplicar, levou a que se intoxicasse a opinião pública, num desvario de impropérios e desprestigio das pessoas envolvidas, que levou a uma subida galopante de juros sobre a divida pública e ao desacreditar das instituições que nos governam...este caos que se avizinha serve os interesses dos especuladores...dos iluminados que capitalizam lucros sobre a miserabilidade dum povo carismado de mansidão e desmobilizado ante a carência de bens e estímulos à prossecução da sua grandeza entre os demais...
Hoje, 15 de Outubro de 2011, também em Portugal, há várias manifestações públicas de indignação global...a ideia generalizada é a de que nos estão a asfixiar...por nós, pelos nossos filhos, pelos netos, pela humanidade que subsiste sob condições indignas a uma espécie que se auto-proclama detentora da verdade inter-planetária...inundem as ruas de afectos...de indignação...de resistência à rapina que de corte em corte nos reduzirá à mera condição de sobreviventes mecanizados...
Eu digo não...ao terror que este governo, a mando dos interesses do obscurantismo financeiro, faz abater sobre o povo Português...
Eu digo não...a ser arrastado nesta torrente...
Espero por vós!
jrg
na maré
que a lua influencia
de enchente
há um rumor em contra pé
que resiste à atrofia
emergente
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VAGABUNDAGENS...
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um teto de madeira
todo pintado de branco
uma clarabóia
aberta no topo do telhado
onde os gatos se abeiram
e marcam
emanações odoríferas
que ondulam
se ampliam determinantes
duma existência vadia
uma casa amputada
sobranceira à sua quietude
na obliquidade
que o tempo tardiamente
arruinou
pátria de formigas
de pequenas aranhas corredias
também no cérebro das pessoas
que nela habitam
numa existência erradia
um espaço infinito
azul à vezes cinzento outras
de negro doirado
onde balança a nave térrea
que sustém a casa
as vidas que nela pernoitam
se constroem sonhos
se esgrimem
desespero e esperança
duma existência vagabunda
uma linha de água
amálgama de microrganismos
torrente líquida cristalina
e de lamas lixos subservientes
que arrastam
se arrastam à velocidade dos ventos
no equilíbrio do abismo
na magia da magnetização lunar
que o expande ou retrai
numa existência transviada
um tempo adúltero
compartimentado em segmentos
de hora minuto segundo
semana mês ano década século
em catadupas de acontecimentos
que se esvaem
ou se fixam e emergem de novo
num mesmo lato estrito conceito
oportunista
duma existência errante
uma estrela guia
que o avanço tecnológico apagou
terá caído? buraco negro
nem deus nem pátria nem amor
apenas um espectro de insolvência
que atravessa o absurdo
das leis físicas ou sobrenaturais
que impelem atracções
erguem barreiras às afinidades
numa existência extraviada
um mar de gente biliões
sitiados pela força da gravidade
nascidos ao acaso
do acaso que limita o tempo da idade
educados para obedecer
desde o berço trabalhar honrar vencer
não importa se a morte
inscrita ou descrita no ADN cósmico
anular o sofrimento
duma existência atribulada
então Zeus imperial
subscreveu o tratado das almas errantes
segundo o qual todos os deuses
e todos os mortais à deriva na paz celestial
cessariam de senso comum
as providências cautelares impostas à humanidade
onde toda a riqueza gerada
pelas artes as ciências e o trabalho
beneficiam do estatuto de bem humanitário
para uma existência sustentável
os mortais ainda indecisos
o ouro das heranças ancestrais
os bens móveis e imóveis topo de gama
as contas bancárias recheadas
uns porque as tinham dentro ou fora bem guardadas
outros porque as almejavam alcançar
e como fazer tão drástica se evidencia a mudança
cessar da vida humana a liderança
da bélica da secreta da religiosa da financeira
que torne a existência sã e amorável
convocarei todo o Olimpo
sobre as ruínas de Atenas à voragem rendida
soprarei ventos moverei terras
entre continentes provocarei terramotos
destruirei bunkers secretos
e todas as mentes de almas criminosas
lançarei a luz do entendimento
para os que de tais acervos fiquem órfãos
varrerei os céus de todos os deuses
para uma existência racionalizada
autor: jrg
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HÁ UM SILÊNCIO À DERIVA NA MARÉ...
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hoje ainda
neste quase absurdo
silêncio de viver
dum povo quase inteiro
que não esquece
ouço
um alarido interior
sob o abdómen
de vísceras a arder
a convocar a parte interna
onde milhões
de minúsculos átomos
tardam em amanhecer
*
não tinha havido
em toda a história
nada parecido
talvez Damião de Góis
à pira quase condenado
sob as vaias do obscurantismo
dum deus humanizado
cioso da verdade universal
e confrontado
com a luz de pensamento
quase igual
que acordava o povo
ensimesmado
*
hoje ainda
neste silêncio de trevas
onde cisma a consciência
ouço
a borbulhar instante
o movimento da maré aviltante
poluída
de naufrágios sapientes
que se agarram
como lapas à fortaleza
dos povos ignorantes
pela falácia
rendidos
*
há um homem
tão simples como um povo
mortal
na pira da insídia
a arder
acossado pela maré emergente
sem piedade
cuja luz ainda cintilante
alerta
para esta atrocidade
que vergonhosamente
nos cativa e amolece
o pensamento
*
hoje ainda
desperto ao som
dum toque de silêncio
esfrego os olhos
nada
apalpo o corpo
a ver se existo ou sou a ilusão
dum corpo desfeito
na armadilha da guerra
que voltou
para se redimir da mente insana
na deriva da maré
e nada
*
acordo estremunhado
na pele puída
vendedor ambulante
de ideias
que não rendem na bolsa
que silenciam
à espera de mulheres
da mulher
uma alma feminina
que reponha a mátria original
sobre a massa já falida
da máscula agonia
num toque de silêncio
*
hoje ainda
enleado na teia da indecência
maculado na minha dignidade
enlameado na história
dum povo
às armas gritado
grito
à mãe da memória
à consciência
à coragem que me abandonou
à esperança escondida
rasguem-me da teia as lianas
porque o silêncio acordou
*
há um silêncio
estranho à espera da maré
gente avulsa fatigada
que reclama
longe dos orgasmos
de quando o cheiro da carniça
atiçava multidões
por meras formalidades
queimando a energia que tinham
sem valimento
hoje reféns da noite de breu
almas mortas
num toque de silêncio
*
hoje ainda
a noite avança
a compasso
golpe sobre golpe
mais por menos dá mais
menos por menos também
mais menos
os analistas comentam
como se o silêncio
fosse a tábua de salvação
uma no cravo dói
a outra a na ferradura
alivia a tensão
*
quem me meteu
nesta alhada absurda de viver
sob a benção de um deus
e do lascivo prazer
nascido da partilha
que inconsciensaliza o homem e a mulher
és maior
faz-te à vida
e eu a fazer-me a crescer
no perde e ganha
povo do meio
sem terra nem mar
só na alma do silêncio
*
autor: jrg
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