se eu fosse caule e tu flor...
se corressem dentro de mim os teus anseios...
se eu dentro de ti esbanjasse amor...
se para atingir um fim fossemos os meios...
o direito constitucional à livre circulação de pessoas no território Português, não é reconhecido nem respeitado na entrada e saída de Lisboa pela margem sul do Tejo... para um vagabundo, deslocando-se a pé, ou de bicicleta, a única alternativa é a ponte de Vila Franca...e ninguém se preocupa com este atentado aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos...
mandaste-me amor belo presente
na tua alma embrulhado de lascívia
o teu corpo inteiro em chama ardente
que no meu se embrenhou em rebeldia
corremos o risco de sermos considerados lá fora tanto como desconsiderados cá dentro...que élites vos legamos, juventude!...as drogas enriqueceram criminosos impunes e destruiram gerações de líderes competentes...
tomei um chá de Lúcia lima
para aquietar meu coração
é uma planta em cuja estima
confio a alma plena de ilusão
sempre que desvendamos um mistério que nos apaixonou, o resultado é uma desilusão...é assim o homem...o segredo da mulher é manter-se misteriosa...
há um corpo de mulher assim despida
no meio do mar sobre a restinga
base efémera enquanto vaza ali detida
baluarte da maré que nela vinga
há pessoas aprisionadas dentro da sua consciência e da consciência dos que influiram na sua formação, para se libertarem precisam de assumir a sua inconsciência...
quando eu sinto que me sentes
e tu sentes que eu te sinto
se sentes que eu sei que não mentes
e eu sinto que sabes que não minto...
na guerra só há uma estação, o Inverno infernal...só na guerra não é crime matar, a morte do outro é considerada legitima defesa, mesmo que o matador seja o agressor...lembrei-me disto a propósito da Primavera...
em cada Primavera a esperança
do renascimento na fecundidade
sentir a alma pura da criança
que teima em ser de nós realidade
nos anos 60 a expectativa era saber se a máquina viria para substituir o homem, ou para lhe proporcionar mais lazer e fruição dos saberes... inegavelmente a máquina proporcionou ao homem a era do conhecimento global, mas, a par do desenvolvimento , vem arredando cada vez mais homens do mercado de trabalho e corremos o risco de nos transformarmos em subsidio dependentes, até à falência inevitável do estado social...
quando pensava nos medos
e de como das amarras me libertei
eis que surgem novos enredos
no homem kafkiano de fora da lei
casar era um conceito que permitia ao homem dispôr de uma mulher submissa, para sexo, comida, cama e roupa lavada... não obstante a evolução operada nos últimos anos, ainda há demasiados homens que pensam assim...
vou embora!...
não estou para te aturar
não vás!...lá fora...
há gente que desespera de esperar
vou embora!...
fartei-me de maus tratos
não vás!...prometo agora...
respeitar os teus direitos
vou embora!...
não acredito em novas boas intenções
não vás!...linda...sedutora
descobri de mim novas versões
autor das reflexões e dos poemas: JRG